Insanity Seeker

A Loucura o leva à verdade, assim como a Verdade o leva à Loucura.


A coisa mais misericordiosa do mundo, creio eu, é a incapacidade da mente humana em correlacionar todo o seu conteúdo.
Vivemos numa plácida ilha de ignorância em meio a negros mares de infinito, e não está escrito pela Providência que devemos viajar longe.
As ciências, cada uma progredindo em sua própria direção, têm até agora nos causado pouco dano; mas um dia a junção do conhecimento dissociado abrirá visões tão terríveis da realidade e de nossa apavorante situação nela, que provavelmente ficaremos loucos por causa dessa revelação ou fugiremos dessa luz mortal rumo à paz e à segurança de uma nova Idade das Trevas.
H.P. Lovecraft

Hora de Falar de Política

fevereiro 13th, 2009 by Lordspy

    Apesar de já ter sido engajado, ultimamente eu tenho me permitido ser rendido pelo meu “Low Profile“, o que me tem garantido um certo sossego. Porém, com alguns acontecimentos recentes, creio que chegou a hora de eu voltar a abrir a boca, pois parece que a maioria dos brasileiros que pensam dizem que pensam, ou seja, aqueles que têm acreditam que tiveram acesso a uma boa educação estão se deixando levar por reportagens leviandades manipulativas e sem qualquer base de fundamento ou simplesmente modelos infantis de ataque e pseudo ironia de modo a descreditar um processo base que nos tem mostrado, pelo menos, minimamente frutífero na esfera governamental nos últimos 6 a 7 anos, coincidentemente logo após a mudança da gestão do governo federal.

    Decerto que não há uma “luz guia” na atual gestão do governo, como a grande mídia quer que acreditemos que houve quando do nosso 1o. presidente graduado em Ciências Sociais esteve no comando. Decerto também que, apesar de não haver tal “iluminação”, é perceptível o avanço social nesses últimos anos, principalmente em se tratando do que hoje chamamos de crise mundial. Claro que a crise existe, ela nos ameaça, mas por enquanto, apenas ameaça. Houve demissões, algumas justificadas, muitas sem justificativa alguma, tanto que alguns ramos empresariais se arrependeram e estão recontratando funcionários, algo que a grande mídia não noticiou. Desde o final de 2007 começáramos a ouvir sobre esse mal que está assolando o mundo financeiro atualmente, com as notícias graves nos sendo informadas já desde o início do ano passado, 2008, começamos, nós, cidadãos médios, a perceber que houve uma mudança, bastante notável, na esfera econômica, pois me lembro bem das outras crises, quando nas gestões anteriores a 2003, mesmo quando ainda morava com meus pais, sempre ficava claro que tempos difíceis viriam quando havia algum sinal de crise financeira, o que não demorava absolutamente nada para que ela nos assolasse. Bastava um rumor e as empresas demitiam em massa. Agora, os rumores começaram antes que possa me lembrar, 2007, 2006? E percebemos uma reação industrial/mercadológica apenas agora, em 2009, sendo testemunha de grandiosas empresas estrangeiras, famosas, não famosas, importantes ou sem importância, fechando suas portas ou tendo seu controle adquirido pelo governo dos respectivos países para oferecer uma garantia à sua população.

    Ã‰ importante observar como a mídia brasileira, a grande mídia, responsável por alcançar uma média de aproximadamente 98 a 99% dos brasileiros, a qual Paulo Henrique Amorim denomina de PIG(*), tem noticiado tal crise, que mais é internacional do que efetivamente nacional. Um terrorismo diário para os espectadores, ouvintes ou leitores que, já acostumados a receber e creditar tais informações, mal se preocupa em confirmar os fatos, aceitando-as prontamente e auxiliando na formação do bolsão de medo financeiro que eventualmente se espalhará de forma viral inegavelmente causando impacto no status quo social. Além disso, é importante observar que a mesma mídia também noticia, raramente, notícias favoráveis ao governo, quando não atrapalha sua política de maquinação, geralmente em páginas de pouca importância e, frequentemente, com uma ênfase visual ridiculamente pífia de modo a que o leitor, ouvinte ou espectador simplesmente não perceba a informação. Dessa forma a mesma, a mídia, pode afirmar não ser parcial, que noticia, de forma hipócrita, para ambos os “lados”.

    Sejamos justos e francos, decerto o atual governo não é perfeito, há suas falhas, seus deslizes e é bem provável que haja falcatruas, até mesmo sendo verídicas algumas que a grande mídia noticia. Política não é o ato de se fazer certo o tempo todo, pois há, decerto, oposição, a qual irá vetar bons projetos por benefício próprio, provavelmente para tentar implementá-los em sua própria gestão, quando estiver no comando. Mas também, não é o processo de ser infantil o suficiente para sabotar tentativas genuínas de manutenção ou prosperidade, se me permitem dizer assim, econômica e comercial, como vista nesse episódio, cuja mensagem é de uma clara tentativa de sabotagem com resultados negativos para a população brasileira em geral.

    Episódio esse que classifico, minimamente, como uma tentativa infantil de autoafirmação de poder e aptidão, por incapacitar o oponente por um boicote injustificável e danoso a partes terceiras. Basicamente é um episódio muito semelhante ao tradicional jogo de pelada de rua, onde uma das crianças é a dona da bola, porém, por jogar mal e não conseguir fazer nenhum gol se retira dizendo que se ele não fizer gol ninguém joga. Uma clara demonstração de incapacidade ou inaptidão, principalmente provinda de alguém com graduação e titulação em uma área que, teoricamente, seria responsável por auxiliar o modelo de prosperidade social a seguir o caminho correto.

    N’outros dois episódios, agora envolvendo a grande mídia, há, num primeiro, uma clara intenção de desmoralização do modelo governamental, realizada através de um infeliz comentário pseudoirônico, decididamente não pensado e com referências vãs por meio de “informações cruzadas” (ou combinadas) de tal forma que o cidadão medianamente inteligente decerto achará alguma graça nos comentários, porém aqueles que já se preocupam, ou que pensam um pouco, observará que o modelo fora leviano.

    No segundo episódio a imprensa peca por omissão ou ocultação, pois deixou de noticiar ou noticiou por notas curtas em páginas escondidas algo que decerto favorece a atual gestão do governo federal, onde o professor Doutor em Economia Marcelo Cortes Neri demonstrou por uma pesquisa que o PAC, inicialmente pouco compreendido até mesmo por alguns dos partidos da base governista, é o responsável direto da efetiva contra-medida dos efeitos da tal referida crise, ou seja, uma notícia que não apenas favorece a base governista, mas também retira muitas das críticas e ataques realizadas pelos oposicionistas, justamente por que a gestão atual decidiu realizar algo que mesmo aqueles com um pouco de inteligência já sabem: um modelo político econômico de médio e longo prazo para a garantia da sustentabilidade social.

    Com o PAC o governo da base (2003-2006,2007-2010) iniciou um processo de “pavimentação” sócio-econômico-cultural, responsável por empregar e capacitar milhares de brasileiros e garantir um modelo de sustento, mesmo que mínimo, para familias de baixa renda permitindo que sua prole fosse educada e capacitada sem ter que recorrer ao trabalho infantil. Claro, um dos responsáveis por isso foi o programa Bolsa-Família, que muitos afirmam ter sido idealizado na gestão anterior do governo federal. Mesmo tendo sido criado na gestão anterior (e não afirmo nem refuto que tenha sido), um projeto que auxilia na criação da sustentação da base dos planos sociais e econômicos deve ser devidamente mantido e não retirado apenas pela desculpa do fato do mesmo ter sido idealizado e implantado numa gestão concorrente à atual, como frequentemente observamos nos modelos da política municipal e estadual, pelo menos aqui em São Paulo (Cidade e Estado). Ou deveria dizer, pelo menos cidade, pois o estado já está há tanto tempo com a situação que o paulista comum não consegue sequer idealizar uma outra base de governo.

    Sinceramente eu gostaria de poder falar bem da gestão anterior da esfera política federal, mas infelizmente as únicas coisas que posso falar bem dela são projetos pequeninos, paliativos, que apenas tomaram sentido e significado no contexto em que a atual gestão os colocou.

    E mais e mais o cidadão brasileiro médio se deixa hipnotizar por um modelo de disseminação de informações tendencioso, partidário, parcial e inescrupuloso, cujo interesse é o benefício próprio por favorecer àqueles que lhes pagam mais. Isso, no contexto político, é chamado de propina e constitui crime. No contexto musical é chamado de Jabá e é uma prática mal quista por muitos, na esfera jornalística não sei se há denominação, afinal, não sou jornalista, apenas alguém que sabe expor uma opinião através de palavras demonstrando fatos e fontes, mas que também podem se mostrar, às vezes, incertas. Portanto, se o que você leu aqui te deixou intrigado, peço-lhe que busque mais informações, não se atenha apenas ao que eu disse, não se atenha apenas àquilo que você lê em apenas um local e busque outras fontes de informações que não apenas aquelas apresentadas aqui. Ninguém é o dono da razão e o dinheiro muitas vezes tira, ou compra, a razão de muitos. mas lhes aviso, cuidado com o PIG(*), a grande mídia. Essa, de todas, é a que mais informação fornece, mas decerto, atualmente, uma das menos confiáveis.

    Felizmente novos modelos de mídia informativa têm aparecido com o advento da Internet, algo que ainda está fazendo com que a grande mídia repense sua política de disseminação de informações, porém, mesmo com diversas fontes disponíveis nos blogs e portais, é sempre importante buscar referências de modo a corroborar a informação e contribuir para que não sejamos, os brasileiros médios, tão manipulados a ponto de deixarmos o país cair em uma desgovernança irreversível, algo que já está começando a acontecer na esfera jurídica.

(*) De acordo com Paulo Henrique Amorim: Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista

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